(Foto: Luxor Travel & Tourism) |
Damasco, capital da Síria, é destino histórico e religioso que preserva suas tradições
Damasco, a cidade mais antiga do mundo, a rainha das águas, dos céus benditos, a esmeralda do deserto como foi chamada desde a antiguidade, foi fundada faz quase 4000 anos sobre o Guta, um oásis de dois rios, o Barada e o Aawah.
Casas à margem do rio Barada (Foto: Wikipedia) |
O núcleo da cidade é constituído pela cidade antiga, murada, onde se desenvolveu a vida durante milênios e que hoje depois de tantas invasões e novos habitantes apresenta uma mistura de raças com diferentes religiões, que convivem trabalhando tomando chá e conversando incansavelmente.
Entrada do Souk Al Hamadiyya (Foto: Metantry's Page) |
Área interna do Souk Al Hamadiyya (Foto: The World In Photos) |
As ruas estreitas e misteriosas escondem detrás de suas portas pátios com laranjeiras, mesquitas, palácios, e lares herdados através dos séculos. Os muros da cidade velha são da época romana. A muralha conta com 7 portas: Bab Touma, Bab al-Jabieh, Bab Sharqi, Bab Kisan, Bab al-Jeniq, Bab Shaghir y Bab al-Faradiss. Muitos dos caminhos que enlaçam umas com outras estão enfeitadas com colunas e arcos de triunfo.
Bab Touma (Foto: Wikipédia) |
Ruínas romanas no centro da capital síria Damasco (Foto: The World In Photos) |
No interior da cidade antiga, atravessando o Zoco al-Hmadaiyyeh e a continuação de umas colunas do antigo Templo de Júpiter do século II (sobre o qual foi construído), se encontra a Grande Mesquita dos Omeyas (ou Umayyad). Para entrar nela o viajante deverá tirar os sapatos e as mulheres se cobrirem com o véu que se oferece na entrada. Uma vez no interior, descobrimos um grande pátio de 612 metros quadrados, pavimentado em mármore e rodeado de arcos.
Ruínas do Templo de Júpiter (Foto: Wikipédia) |
Em seu centro tem um estanque que se utiliza para lavar as mãos ("ablução") e que marca o ponto equidistante entre Constantinopla e Meca. O mais impressionante da Mesquita é o átrio de oração (O baram), um lugar super acolhedor pelas magnificência das decorações e as lâmpadas, a localização das colunas e o ambiente natural de recolhimento de seus fieis que passeando, sentados ou em círculos falam e lêem.
A Grande Mesquita Umayyad (Foto: The Honeymooners) |
Foto: HansMast |
Perto da mesquita se encontra o Palácio Azem, o mais belo exemplo da arquitetura de Damasco, que mostra o contraste entre o simples e quase primitivo exterior com a sofisticação encontrada no interior. O palácio envolvido com o aroma fresco das flores de seus jardins e adornado com fontes que vertem suas águas em cascata alberga o Museu de Arte e Tradições Populares.
Foto: Travel Wallpapers |
Foto: Desi Backpacker |
Foto: Matt & Kate's travel blog |
Foto: Alessandra Kocman |
A Cidadela, era uma cidade dentro da cidade inclusive com seus muros, o que resta dela se converterá depois de terminados os trabalhos de restauração em um Museu e centro de atividades culturais.
Outro monumento interessante da cidade antiga, é o Bimaristan Nur er Din, fundado em 1154 como hospital escola de medicina, sustentado com dinheiro que os cruzados pagavam como resgate de seus prisioneiros, modelo de organização e um famoso centro de pesquisa e ciência
Fora dos muros da cidade antiga e em direção oeste se encontra uma grande avenida que segue o rio Barada, que parte a cidade em duas. Ao sul se localiza o Museu Nacional e sobre a antiga residência de Soleimán O Magnifico, na beira do rio Barada se lança desde 1516 a mesquita que leva seu nome. Se construiu como centro de estudo e devoção e para albergar aos peregrinos pobres que se detinham em damasco durante seu caminho em direção a Meca. Não longe deste ponto se encontram o Museu do Exército e o Mercado de Artesanato.
Ao norte, junto a avenida está a Biblioteca Nacional, magnifico edifício de recente construção que alberga mais de 250.000 volumes, entre eles vários milhares de incunables. Também nessa zona se encontram restaurantes ao ar livre e grandes hotéis ao lado de pitorescos bairros populares.
A cidade se estende em direção ao Monte Casin. O Bairro Cristão ao redor de Bab Tumna se caracteriza pela forma de verter de seus habitantes, a beleza das lojas e o som dos sinos das igrejas.
Não deixe de visitar a Igreja de São Paulo de Hahanya, que comemora a memória do santo e o Museu Histórico de Damasco. E para tomar um chá, visite na cidade antiga o Café Nofara.
As redondezas de Damasco
Ao redor de Damasco existem localidades que vale a pena visitar: Malula e Seydnaya. Malula se encontra a uns 56 km de Damasco e esta situada a 1.500m de altitude. Seus habitantes ainda falam arameo, a língua de Jesus, também falada em dois povoados vizinhos: Jabadin e Bejaa. Nessa localidade se podem visitar dois monasterios, o de São Sergius e o de Santa Tecla. Seydnaya, a 30 Km de Damasco se encontra no cume de uma montanha e tem um celebre monasterio e importante lugar de peregrinação.
Ao sul de damasco se localiza o Santuário de Saida Zainab, cujo interior esta decorado de prata e ouro. Outra cidade interessante que vale a pena visitar é Zabadani, ao norte de Damasco.
A região sul
Suweida
O mais interessante dessa localidade são os Mosaicos de Shahba, por eles vale a pena ir a essa cidade. Ela conserva numerosos restos romanos: palácios, templos, banhos públicos, arcos de triunfo, um teatro e uma grande muralha a sua volta. Shahba ou Felipopolis é a antiga cidade onde nasceu o imperador Felipo o Árabe
Bosra
Esta localidade conta com o Teatro Romano mais bonito e melhor conservado que existe na Síria. Construído no século II com capacidade para até 15 mil espectadores.
Cada verão ocorre aí atuações locais e internacionais envolvidas majestosamente por uma decoração natural de arcos e colunas romanas. A cidade conserva, além disso, um grande número de ruínas romanas: Banhos, colunas, portas monumentais, etc.
Foto: This Fab Trek |
Mas não só os romanos deixaram marcas da sua passagem, também vale a pena dar uma olhada na Igreja e na Catedral Bizantina, a Mesquita al-Mabrak e a Mesquita al-Arouss.
Foto: Wikipédia |
O Noroeste e a Costa Mediterrânea
Alepo
É a segunda cidade em importância de Siría. devido a sua situação de cruze de caminhos possui uma riqueza cultural e histórica considerável. É famosa por sua arquitetura, por suas igrejas atrativas, mesquitas, escolas, tumbas e banhos. Mas o mais impressionante é sem dúvida a Cidadela que se levanta a 40 metros sobre a cidade. No seu interior, que se acede por uma imponente torre do século XII, se conserva a Mesquita de Abraham, no lugar onde segundo a tradição o Patriarca se deteve na busca da Terra Prometida. Desde seu minarete se contempla a cidade que se estende a seus pés, com suas cúpulas, miradores, e seus pequenos alpendres.
Foto: Geographylists |
Foto: Far Horizons |
O Museu Nacional, se caracteriza pela riqueza de suas salas. Existe um lugar onde se encontram numerosas tabuletas de barro com escritura cuneiformes que falam sobre administração, política, diplomacia, outras legendas, cartas, documentos religiosos, etc. Não esqueça de visitar também o Museu de Arte e Tradições Populares.
O Conjunto Monumental de São Simeão, se encontra a 60 km a noroeste de Alepo. Com a morte do eremita foi construída a catedral no lugar em que ele costumava rezar no ano de 472. Simeão foi o mais famoso doas chamados "Atletas de Deus" que colocados encima de uma coluna o torre atraiam multidões a fé.
Foto: Wikipédia |
Foto: Panoramio |
Foto: Panoramio |
Foto: David & Bonnie |
Lataquia
É o principal porto da Síria. A pesar de ser muito antigo resta muito pouco do passado, destruído por invasores ou arrasado por terremotos. Por isso os principais atrativos se encontram ao redor, concretamente em Ugarit, onde se encontram sobre o terreno numerosas pedras cheias de historia quebradas pelos anos, e no Castelo de Saladino, a 35 Km de Lataquia, que os cruzados levantaram sobre uma encosta de rocha para assegurar o controle do litoral. Em outros tempos só se tinha aceso ao castelo por uma ponte levadiça. Hoje em dia existem escadas laterais que fazem entrada menos espetacular. Nesse mesmo local houve em outros tempos uma fortaleza bizantina.
O crac dos cavaleiros
É o castelo mais impressionante que resta na Síria, por sua localização, seu estado de conservação e por suas dimensões descomunais. Se levanta sobre uma colina de onde domina o triângulo que formam Tartus, Trípoli e Hums, com a fenda verde de Bukaa a seus pés.
Foi construído pelos templários de trípoli, segundo o modelo guerreiro europeu. As dimensões do projeto são uma de vila-quartel fortificada (podia abrigar cerca de três mil pessoas), o que tornava impensável sua queda. Sua conquista pelos mamelucos em 1271 foi vivida na Europa como uma grande desgraça.
Foto: Bearing Witness |
Foto: Eric Lafforgue |
Foto: Catriona Robertson |
Foto:Ya Muzza |
Qala At Al-Marqab
Pequena cidade situada a 6 km de Baniyas, que os cruzados edificaram sobre um castelo muçulmano com robustos muros de basalto de enormes dimensões. Das suas velhas torres se contempla por um lado o verde do vale e por outro o Mar Mediterrâneo.
Foto: Panoramio |
Tartus
É o segundo porto em importância da síria no mediterrâneo. Se chamava Antaradus no tempo dos fenícios e os cruzados a conheciam como Tortosa. Os arcos, muros, torres e estreitos caminhos dão uma idéia de como deveria ser o aspecto da cidade em tempos medievais. A Catedral é uma jóia da arte romana, hoje convertida em museu e contem relíquias de varias civilizações sírias. O exterior parece mais uma fortaleza, o que leva a pensar sobre sua verdadeira função. A área antiga da cidade é diminuta e transborda vitalidade.
A pequena Ilha de Arwad, a poucos quilômetros a sudoeste de Tartus, era antigamente um reino independente de grande importância por seu comercio marítimo e um lugar seguro para quem escapava dos assédios estrangeiros.
Outros restos arquitetónicos dignos de admiração nessa zona são Al Maqid, Shaizar y Qasaybe, na costa, Qala´at al- Khawabi, ao norte de Tartus, Fortaleza de Solaiman e o Castelo de Amrit .
Ruínas do castelo de Amrit (Foto: Wikipédia) |
O Vale do Rio Orontes
O rio corta a cidade industrial de Homs antes de alcançar Hama. Gigantescas rodas d´água de madeira construídas há séculos como sistemas de irrigação e para levar água a cidade, são encontradas pelo caminho. Em Homs é preciso para admirar a mesquita de kalid Ibn al-Walid, que guarda sua tumba, enquanto que a cidade de Hama, além de suas rodas d´água que chegam a medir até 20 metros de diâmetro, oferece ao visitante um espaço cheio de paz, onde o viajante incansável poderá se relaxar. Outros lugares de interesses em Hama são a grande mesquita e o museu localizado no Palácio de Azem. A 50 km se encontra a cidade de Apamea. A maioria de suas ruínas datam de tempos bizantinos e romanos.
O deserto da Síria
Foto: Torben og Pia |
O crescimento do pais vai pouco a pouco comendo o deserto arrancando suas areias. A carência de água é o principal obstáculo para o desenvolvimento de Síria, tão rica em outros aspectos. Por isso se abrem numerosos poços, sendo normal se encontrar com máquinas gigantes em vez de camelos no meio dos desertos. Porém entre as dunas estéreis se encontram os restos de uma civilização mítica que brilhou com esplendor antes de ser devorada pela areia : Palmira
Palmira
As ruínas de Palmira foram descobertas no fim do século XVII por comerciantes ingleses residentes em Alepo. Até quase dois séculos e meio depois em 1924, não se iniciaram os trabalhos de recuperação de uma forma sistemática. Durante séculos de abandono Palmira abrigou comunidades de beduínos que se refugiaram entre suas ruínas. O apogeu desta metrópole do deserto conhecida localmente por Tadmor (do arameo "tadmorto" que significa cidade prodigiosa) coincidiu com o reinado de zenobia durante o terceiro século da nossa era.
Foto: Alfiras Travel |
Zenobia luziu a coroa depois do assassinato de seu marido, o rei, se convertendo em uma das figuras femininas mais atrativas da história antiga. Uma mulher inteligente e ambiciosa capaz de competir com Roma e Pérsia. Entre as ruínas se destaca o Templo de Bel, a grande colunada, uma avenida de colunas que atravessa imponente a cidade terminando no Templo Funerário, o Arco Monumental, o Teatro digno de ver, o Castelo de qala´at ibn Maan, localizado sobre uma colina dominando a cidade e o Museu, localizado entre as ruinas e a nova cidade, que guarda excelentes peças de Palmira.
Foto: Another Blog |
A região do Nordeste
O rio Eufrates começa seu caminho nas montanhas do leste na Turquia e penetram no nordeste da Síria até chegar ao Iraque para desembocar finalmente no Golfo Pérsico. Um de seus afluentes o kabur, flui pelo nordeste da Síria. Do lado esquerdo do rio descansa a cidade de Raqqa, uma antiga localidade construída por Alexandre o Grande no século IV antes de cristo. Porém hoje pouco se conserva da antiga cidade. Se destaca sobretudo a Porta de Bagdad e a torre do relógio, que guarda alguns restos interessantes das escavações realizadas na área.
Para os viajantes que visitam o nordeste sírio existe uma cidade agradável que lhes aguarda: Deir Ezzur. Este se desenvolveu recentemente graças a aparição de petróleo na região e devido a isso se converteu em um centro urbano de grande importância na Síria.
Halabiya y Zalabiya são fortalezas que guardam entre suas torres cidades que datam da época bizantina.
Na zona mais extrema do nordeste sírio não resta muitos monumentos importantes que visitar, o que quer não dizer que essa zona careça de atrações. Talvez o melhor seja a oportunidade de conhecer aos Kurdos. A base para explorar a área poderia ser a cidade de Hassake. O mesmo sucede com a cidade de Qamishle, a mistura de culturas beduina, aremeica, assíria, armênia e kurda torna o lugar tremendamente interessante. Aqui convivem de forma harmoniosa quase todas religiões cristãs e muçulmanas.
Fonte: Portal São Francisco, com informações do Rumbo
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