sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pelo Mundo: Amã, capital da Jordânia

Foto: On To Go Tours

Matéria originalmente publicada pelo UOL Viagens, em Setembro de 2011.

Amã, capital da Jordânia, quebra todos os estereótipos com relação ao Oriente Médio

Imagem: Arte UOL
Quando se observa o mapa do Oriente Médio, pode até bater um certo receio em organizar uma viagem à Jordânia. O pequeno país está bem no meio de uma zona extremamente conflitiva, cercada por Iraque, Israel e territórios palestinos, Síria e Arábia Saudita. Mas basta colocar os pés na capital, Amã, para descobrir que, sim, é possível haver um ponto de equilíbrio, sensatez e paz neste território dominado pelo radicalismo político e religioso. Ao circular pelas ruas, conversar com os moradores, os estereótipos do Oriente Médio caem por terra e o viajante passa a desfrutar, sem medo, de uma capital marcada pelo forte contraste entre a Amã cosmopolita, de bares e restaurantes descolados, e a Amã histórica e de tradições beduínas.
A primeira cena que chama a atenção de quem chega à capital é ver a foto do rei Abdullah 2º estampada em todos os cantos. Em pôsteres gigantes que cobrem edifícios, em outdoors, no letreiro de lojas, em quadros nos restaurantes. Depois de um dia, o rei já parece ser um velho conhecido. Os jordanianos têm profunda adoração pela família real. Isso se deve, em parte, a questões culturais provenientes de um tempo em que o respeito pelos mais velhos e pelos governantes das tribos do deserto era um valor essencial ao povo. Mas a adoração deriva, principalmente, do reconhecimento que o povo dá às transformações positivas que o rei Abdullah 2º e seu pai, o rei Hussein, falecido em fevereiro de 1999, trouxeram para o país, melhorando a vida dos cidadãos e transformando-o em um ponto tranquilidade entre países em disputa.

Pelas ruas, pôsteres gigantes do falecido rei Hussein e de seu filho, o atual rei da Jordânia, Abdullah II. Foto: Wikipedia
Um dos passeios mais interessantes em Amã é simplesmente circular ao léu pelo centro da cidade. Dezenas de lojinhas enfileiram-se pelas ruelas e avenidas, numa poluição visual que acaba sendo divertida. Elas vendem de tudo, mas para os ocidentais o que chama mais a atenção são as roupas e acessórios típicos. Lenços de todos os modelos, cores e tecidos adornam dezenas de cabeças de manequins. Os kofias, lenços que se transformaram em hit fashion com o nome de "palestinos", balançam às dezenas em cabides no meio da calçada. Os jelbabs e deshdashs, as roupas típicas de mulheres e homens, respectivamente, são encontrados aos borbotões. No Beco do Ouro, jóias e adereços são a perdição das mulheres. É impossível ir ao centro e voltar de mãos vazias. E como reza a tradição no mundo árabe: vale pechinchar sempre, e muito.

Foto: Madisupand Away
Também é no centro antigo onde estão localizadas as principais atrações históricas de Amã, como o Teatro Romano, do século 2, que foi reformado em 1987 e preserva quase intacta sua estrutura original. De lá se pode avistar, no alto do monte Jebel al-Qala'a, o mais alto da capital, as colunas do Templo de Hércules e a Cidadela, com as ruínas de palácios e muralhas que contam a história dos povos que passaram por Amã. Vale a estafante caminhada morro acima para chegar ao mirante do sítio histórico e constatar porque a capital era conhecida como "a cidade branca". A grande maioria das casas e edifícios é feita com a pedra caliza, que sob o sol cria um espetáculo de brancura. Para o passeio ser ainda mais intenso, planeje-o para o fim de tarde, com o sol deixando a cidade dourada e as preces ecoando dos alto-falantes de todas as mesquitas e dominando a capital em uníssono.

O Teatro Romano. Foto: Holy Land Adventures
O Templo de Hércules. Foto: Emma Now
Ruínas da antiga cidadela. Foto: Mystic Muses
Apesar dos atrativos históricos e culturais, talvez a maior atração da Jordânia seja o seu povo. No país, a expressão de boas vindas corriqueira no mundo árabe, Ahlan wa sahlan, que significa algo como "sinta-se cômodo, como se estivesse em família", parece ser levada ao pé da letra. Os moradores são receptivos, hospitaleiros, e não demora muito para tratarem o visitante como um familiar. Nas ruas de Amã, mesmo que não entendam uma palavra que você diz, vão tentar ajudá-lo, sempre com um sorriso no rosto. E não se espante se, ao pedir uma informação, for levado pelo braço até o local procurado. Isso, de certa forma, ameniza a dificuldade de se localizar pela capital, onde ruas podem ter nomes distintos e endereços oficiais de hotéis e restaurantes muitas vezes indicam apenas o nome da avenida, sem o número. Por isso, o táxi é o melhor amigo do viajante em Amã - se bem que, depois de alguns minutos, o taxista também pode se tornar um.


Só sorrisos! Foto: Uncornered Market
Nos próximos dias, postaremos algumas dicas e sugestões bem legais de passeios por Amã. Aguardem!! 

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