Pelo mundo: Marrakech, Marrocos

Foto: Flores y Palabras

Entre a costa africana, montes nevados e o deserto do Saara, Marrakech revela o lado mais exótico da cultura muçulmana no Marrocos

Fundada 10 séculos atrás ao sul do Marrocos, Marrakech é uma cidade marcada pelas diferenças. Seja pelas distâncias religiosas e culturais (principalmente quando em tempos de conflito), a cidade exerce uma mistura de sentimentos contrapostos aos turistas que visitam a região. Continue lendo e saiba mais!

Conhecida como a "cidade vermelha", "pérola do sul" ou ainda "a porta do sul",  a cidade de influência européia mais bem preservada da região, Marrakech tem ótima infra-estrutura turística e possui clima mediterrâneo seco, já que fica localizada entre o deserto do Saara e o litoral africano banhado pelo oceano Atlântico. 

Com cerca de mil anos de existência, Marrakech viveu tempos de glória e destruição. Antes de sofrer com diversas guerras e invasões (que culminaram com a colonização dos espanhóis e principalmente dos franceses), a cidade teve papel importante durante a ocupação moura na Península Ibérica. 

Mas lembram-se que dissemos que Marrakech é uma cidade de diferenças? Se as atividades francesas e espanholas no território marroquino, que começaram no século 19 e se estenderam até 1974, foram tão intensas a ponto de terem substituído a moeda local (o Dirham) por dinheiro europeu, por outro lado as influências dos povos nômades do interior também têm um traço marcante. 

Comércio, religião e gastronomia

Uma das características mais marcantes do povo muçulmano é a forma como unem religião e comércio. Tendo como maior influência o profeta Maomé, o próspero mercador que fundou o islamismo no século sete, é quase impossível visualizar os limites entre fé e comércio em Marrakech, onde o grande mercado central, o souk, se espalha pela Praça Djemaa El-Fna, com seus milhares de negociantes e público andando de uma lado para outro. 

Foto: Jeff Wilson

No souk é possível encontrar de tudo - e quando se fala "tudo", é tudo mesmo! É um grande emaranhado de ruelas repletas de músicos com macacos, encantadores de cobras, vendedores de frutas secas, de tapetes, vendedores de jóias, cerâmicas e artesãos trabalhando, tudo isso tomado pelo cheiro de especiarias.  

Foto: Fotopedia

Foto: Curiositie

Foto: Objects Blog

Assim como no souk, as ruas de Marrakech também tem uma movimentação que impressiona. O trânsito é tão frenético e repleto de carroças, carros velhos e motocicletas, que as autoridades pedem que os turistas tomem cuidado até mesmo ao andar nas calçadas! rs

Foto: Panoramio

Foto: Panoramio

Mas, novamente, a dualidade de Marrakech aparece. Se por um lado o trânsito é tão parecido com o nosso aqui no Brasil, a cidade oferece tranquilos pontos de refúgio. É comum que as praças e parques locais sejam considerados pontos de encontro para os marroquinos que gostam de se sentar e colocar o papo com os amigos em dia. 

O bairro mais luxuoso e moderno da cidade se chama Guéliz, uma região adjacente que fica fora da Medina (a área dentro das muralhas que fortificavam Marrakech). Nessa região concentram-se enormes centros comerciais, hotéis de luxo, além de muitos bares e restaurantes badalados. Nesses restaurantes, aliás, se destaca a culinária contemporânea, muito influenciada pela cozinha francesa. Há ainda enormes resorts e campos de golfe.

Foto: Wikipedia

Foto: ViajesFULL

Foto: American Golfer

Nessa terra tão dual, os limites incertos entre Ocidente e Oriente, fé e secularismo, desafiam ainda mais a admiração de qualquer um. Marrakech demonstra das mais variadas formas que o mundo muçulmano segue seu próprio ritmo.

Lugares históricos

Mesquita Kutubiyya - principal monumento e ponto de referência, o minarete (torre) da mesquita pode ser visto de muitos pontos da cidade. Terminada no século 12, serviu de inspiração para a mesquista de Sevilha (Giralda) e para a torre de Hassan, em Rabat. Está situada bem próxima à Praça Djemaa El-Fna. A entrada é restrita aos muçulmanos, mas os jardins que circundam a mesquita rendem agradáveis passeios em meio a laranjeiras e rosas, onde se pode observar os marroquinos jogando conversa fora. Foto: fr.academic.ru

Palácio El-Bahia - Entre os palácios, o mais impressionante de Marrakech é o El-Bahia, construído em fins do século 19. O edifício é composto por um emaranhado de pátios, salões e jardins internos, onde se destaca o fino trabalho de decoração muçulmano de arabescos e azulejaria. Foto: Panoramio  

Um dos jardins internos do palácio El-Bahia. Foto: Wayfaring

Detalhe do interior. Foto: Bell Street Journal

Detalhe do interior. Foto: Wayfaring

Palácio El-Badi - Datado do século 16, o palácio El-Badi está praticamente em ruínas, o que não torna sua visitação menos interessante. Além de oferecer uma vista única da cidade, permite conhecer um púlpito de madeira construído no século 10, na cidade espanhola de Córdoba. É tratado como uma das obras primas da arte muçulmana, com grande valor espiritual para os marroquinos.  Foto: Eikongraphia

Tumbas de Saadian - Mausoléu do século 16, ali está enterrado o sultão saadi Muley Ahmed Al Mansaour. Na construção se observam detalhes de decoração arquitetônica local com influência espanhola: trabalhos em madeira, mosaicos de parede, teto com estalactites trabalhadas, colunas de mármore e versos do alcorão gravados nas paredes.  Foto: Panoramio

Ben Youssef Medersa - No Marrocos, é considerada a maior medersa, ou academia religiosa, onde se estudava teologia. Os estudantes que ingressavam ali tinham intenções de seguir carreira política ou religiosa, ou ainda dedicarem-se ao Direito. Foi fundada no século 15 e a decoração do edifício se assemelha às outras da mesma época. Pátios centrais e salas ao redor, com trabalhos de azulejos, mensagens do alcorão e talhas nas paredes.  Foto: Wayfaring

Interior da Medersa. Foto: Bill & Brad's Excellent Adventure

Detalhe do interior da Medersa. Foto: Geotrace

Informações e serviços
Site do país: www.maroc.ma
Site de turismo do país: www.visitmorocco.com
Site da cidade: www.marrakech-cityguide.com
Idioma oficial: Árabe. O francês é a segunda língua mais falada do país, e o inglês funciona razoavelmente bem. No norte do Marrocos, o espanhol também é utilizado. 


Fonte de pesquisa e informações: UOL Viagens